segunda-feira, 15 de março de 2010

As Necessidades Humanas Fundamentais


São várias as necessidades humanas que estão relacionadas ao corpo, à mente

e ao espírito. No entanto, citarei apenas aquelas que os maiores pensadores

da nossa época destacaram como essenciais, a saber:

Subsistência: estão relacionadas com a sobrevivência do indivíduo e com a

preservação da espécie. São necessidades instintivas e que já nascem com os

indivíduos e são as mais prementes de todas as necessidades humanas. Ex.:

de alimentar-se, de sono e repouso, de abrigo, de sexo.

Proteção: são necessidades que buscam a condição de segurança ou

estabilidade diante de ameaças ou privações. Quando o indivíduo é dominado

por necessidades de proteção funcionam como elementos organizadores

quase que exclusivos do comportamento. Ex.: proteger-se de doenças e

ferimentos, de manter o seu trabalho etc.

Afeto: é uma necessidade determinante às formas em que se darão as relações

humanas. Funciona em duas vias, isto é, dar e receber afeto são partes

importantes para a completa satisfação desta necessidade. Dar e receber

afeto pode ser feito através da expressão e aceitação da amizade e simpatia

entre as pessoas.

Entendimento: é uma necessidade relacionada ao aprender, ao adquirir

conhecimentos. Ex.: aprender a ler e escrever, aprender a fazer um

determinado objeto etc.

Participação: é uma necessidade social relacionada à inclusão do indivíduo

nas realizações das comunidades, de associar-se aos outros e cooperar nos

assuntos de interesse coletivo. Ex.: ser membro da associação do bairro,

fazer parte do time de futebol do clube etc.

Lazer: esta necessidade está associada à diversão, relaxamento, alívio de

tensões físicas e mentais. No momento de descanso o lazer ocupa uma

função essencial de divertir e distrair. É parte fundamental no ciclo de

trabalho. Ex.: prática de esportes, leitura, cinema etc.

Criação: esta necessidade está relacionada ao dom de conceber coisas através

do uso da imaginação produtiva e inventiva do indivíduo. Ex.: transformar

um pedaço de madeira numa bela escultura, fazer do diamante bruto uma

bela jóia etc.

Identidade: esta necessidade tem uma relação direta com os sentimentos

de autoconfiança, auto-estima, de valor, de capacidade e utilidade do

indivíduo. A cultura é um elemento importante no que diz respeito à

identidade do indivíduo na preservação dos sentimentos antes descritos.

Ex.: poder expressar os seus costumes sem medo de discriminação, ser

reconhecido pelas suas realizações próprias e não de outrem etc.

Liberdade: em essência, refere-se à necessidade do indivíduo viver livre de

constrangimentos de qualquer natureza. Os principais tipos de liberdade

são: física, moral, psicológica, política, social e religiosa. Ex.: viver isento de

pressões de forças relativas à desordem moral, poder ir a locais sem restrições,

poder estar isento de determinismos políticos etc.

Transcendência: é uma necessidade humana essencial útil à explicação dos

fenômenos não demonstrados pela experiência a fim de torná-los inteligíveis.

Ajuda a projetar o conhecimento humano em direção ao futuro. Ex.:

estabelecer uma visão de futuro para si ou para uma determinada organização,

posicionar-se no mundo em que vive, procurando saber de onde veio e para

onde está indo, a vida continua após a morte do corpo físico etc.

Perfil da Pamela


Pamela Sprucatti de Queiroz, tem 13 anos, nasceu em São Paulo e é uma das integrantes mais ativas do grupo.

Pamela morou até seu primeiro ano de idade com a vó materna e depois se mudou para a casa da avó por parte de seu pai no bairro Cocaia. Desde a infância sempre foi caseira, brincava mais dentro de casa e na escola. Quando pequena sua diversão era passar o tempo com as primas, desenhando, pintando e escrevendo.

Estudou no EMEI João Cândido e na escola Paola no Jardim Eliana. Pamela lembra que o EMEI era super organizado, com métodos de ensino voltados à prática e estudo em conjunto. Já o Paola era ruim pois tinha uma estrutura de lata, muito ruim nos dias de frio e de muito calor. Também lembra ter sentido certa dificuldade na escola e que tinha medo de perguntar e passar vergonha.

Atualmente mora com a mãe, pai e irmãos. Nas outras casas moram sua vó e seu tio. Seu pai trabalha e sua mãe, atualmente desempregada, pretende fazer curso para exercer a profissão de enfermeira.

Nos dias de semana vai a pé para a escola junto de amigas. Sobre o curso de comunicação acredita ser uma ótima oportunidade, pois antes ficava em casa sem fazer nada. Diz que está aprendendo jornalismo, pondo em prática e aprendendo a conviver com pessoas diferentes. Também já está pensando na área em que quer atuar e que a coisa que mais gosta da sua rotina é frequentar o curso. Aos finais de semana ajuda sua vó no salão de beleza e à noite frequenta igreja.

Pamela diz gostar muito de conversar com sua mãe e com os professores. Sua matéria favorita é Ciências e o lugar que mais lhe agrada é a escola. Sobre o futuro tem medo da concorrência dos cursos gratuitos e diz se imaginar trabalhando, estudando e viajando. A pessoa que mais a inspira é a mãe e sua tia que conseguiu se formar em Administração.

Perfil do Jonathan


Jonathan Henrique P. Fernandes, o Jofo, tem 15 anos, e está no curso de comunicação desde seu início.

Jonathan nasceu em Santo Amaro mas logo de cara alerta que foi por acaso. Sua mãe, durante os últimos momentos da gravidez não conseguindo chegar ao hospital onde tinha convênio, foi

socorrida por uma viatura de polícia e deu a luz ali mesmo, na sala de preparação do hospital.

Jonathan sempre morou no mesmo lugar, nunca se mudou do cantinho do CEU. Durante a infância, conta que foi muito bagunceiro, aprontava demais e apanhava quando fazia besteiras. Ficava a maior parte do tempo em casa, inventando brincadeiras e novas maneiras de pregar peças. Como sua casa é de frente de uma avenida movimentada do bairro, seus hábitos iam desde colocar aranhas vivas na casa de sua tia até brincar de carrinho com o primo. Jonathan estudou no Frei Damião, Recanto Marisa, Anis Brada, Washington e agora no CEU Navegantes. Ele afirma que a única escola ruim foi o Washington, pois foi lá que repetiu o ano.

Jonathan, ao mesmo tempo que sempre teve muitos amigos, nunca se deu bem com professores por acreditar que são muito rígidos.

Atualmente mora com a avó, que é mineira, aposentada e bastante caseira. Durante a semana vai a pé à escola com os amigos, passa bastante tempo na casa da tia e na lan house. Aos finais de semana passeia e visita os familiares.

Jonathan pretende tentar uma vaga num curso técnico profissionalizante e bastante rígido, e diz estar preparado para entrar na linha.

Sobre o curso de comunicação afirma que acredita ser uma oportunidade que raramente se tem e que está ansioso para completar os conhecimentos básicos de jornalismo.

Pensando no futuro, Jonathan encara com naturalidade os obstáculos da vida e afirma que o que mais gostaria de ser quando adulto é de ser um bom pai, assim o seu é.

Perfil da Ju





Juliana Morais de Araújo tem 13 anos, está desde o início do curso e cursa a 8c série. Juliana nasceu e cresceu na comunidade do Grajaú.

Quando criança não tinha o costume de brincar da rua, passou o maior tempo da infância brincando de bicicleta, esconde-esconde, pular corda, etc, dentro de casa, na maior parte do tempo em companhia de sua prima.

Estudou apenas em duas escolas, no Frei Damião e no EMEI CEU Navegantes, onde estuda atualmente. Juliana sempre foi boa aluna e nunca teve dificuldade em nenhuma matéria.

Atualmente reside com sua mãe, pai e irmã numa casa próximo ao CEU. Seu pai e irmã trabalham enquanto sua mãe cuida da casa.

Sua rotina compreende ir à escola todos os dias de manhã, para onde vai a pé, acompanhada das amigas. Nas tardes de terças e quintas frequenta o curso de comunicação e na parte da noite geralmente fica em casa dos pais ou de amigos. No final de semana visita familiares.

Juliana afirma que durante o curso oferecido pelo Aprendiz e pela Revista Viração, passou por um processo de desinibição, perdeu a timidez e diz sonhar em aprender a fazer uma revista. Afirma também ter o hábito de ler livros e revistas.

Ela tem um estilo meio alternativo, e gosta de passar o tempo com os amigos.

Sobre seu envolvimento na comunidade, Juliana diz sentir falta de espaços de lazer e livre convivência "Aqui nem praça tem."

Ela também tem uma visão que seu futuro pode ser promissor mas com vários desafios. Diz ter vontade de ser arquiteta, mas sabe da dificuldade de encontrar emprego.